Casa do Design, Matosinhos
(Happisodes)
Esta proposta resulta de um processo desenvolvido em várias fases e em diferentes locais da cidade. Situada no exterior da Casa do Design, em Matosinhos, Arena Viva — um projeto de Paulo Moreira e ATA Atelier — reimagina a forma côncava da praça de acesso ao museu, semelhante a uma arena, como um espaço físico e social: um local de encontro, um parque infantil e um centro de atividades coletivas.
Historicamente, as arenas têm servido como locais de conflito, luta e encenação de ideologias coloniais. Aqui, este modelo cultural é reinterpretado como um espaço para aliviar tensões através do jogo, do desporto e de atividades partilhadas. Em vez de separar os espectadores dos participantes, ou os vencedores dos vencidos, o palco e o público fundem-se num único terreno performativo — ativado pelo encontro e não pelo confronto.
Arena Viva afirma o desejo coletivo de transformar as nossas noções predominantes de conflito através de uma coexistência alegre e inclusiva. Torna-se uma infraestrutura de paz e intercâmbio, mostrando como gestos espaciais mínimos podem desencadear a improvisação e incentivar a reapropriação cívica do espaço urbano, resistindo à rigidez frequentemente imposta pelo design do espaço público e pelas instituições culturais.
Como limiar de acesso à Casa do Design, a Arena Viva estende o museu para além das suas paredes, incorporando o espírito da 4.ª edição da Porto Design Biennale.
Equipa de Design: ATA + Paulo Moreira Architectures
ATA Atelier: Tiago Antero, Sofia Moreira, João Albergaria, José Cerdeira, Angélica Ianovici, Leonardo Serrano
Paulo Moreira Architectures: Paulo Moreira, Alexia Gubert, Camilla Formiconi, Erell Nunes, Nuno Silva, Sara Pinheiro, Sofia Saldanha
Eleonora Fedi é designer de interiores e espaços e docente, sediada no Porto. É licenciada pelo Politécnico de Milão (2012) e Mestre pela Escola Superior de Arte e Design de Matosinhos (2015), onde leciona temas ligados à cultura de projeto do espaço e do habitar.
Colabora com a esad—idea como investigadora e designer responsável pelos projetos expositivos, integrando a equipa da Porto Design Biennale desde a sua primeira edição em 2019.
O seu trabalho inclui projetos expositivos para Galiza – Processos e Formas (2023), com curadoria de David Barro; Apagar a Linha – Entre Terra e Água (2023), com curadoria de Ivo Poças Martins; Portugal Pop – A Moda em Português 1970–2020 (2022-2025), com curadoria de Bárbara Coutinho; Sapatilhas – Do Estado Novo ao Virar do Milénio (2022), com curadoria de Pedro Carvalho de Almeida.
Foi cocuradora da exposição Reusing Furniture (2023), juntamente com Maria Milano. Colaborou como assistente de curadoria em Frontiere – Expressões de Design Contemporâneo, Abitare Itália – Ícones do Design Italiano e Riccardo Dalisi – Imperfeição Perfeita (2019).
Promovidos pela Porto Design Biennale, os Happisodes são projetos de codesign entre designers, comunidades e municípios que materializam, no Porto e em Matosinhos, a alegria de reconhecer coletivamente que o presente pode ser reimaginado. São processos vivos, habitados, onde o design dá forma ao comum.
A publicação é parte fundamental da Porto Design Biennale, procurando transmitir, através da editoração e materialidade dos livros e catálogos, o conceito e a curadoria dos projetos.
Os projetos acolhidos neste eixo de programação são projetos independentes e autónomos em termos de curadoria, financiamento e produção que estabelecem diálogos com o tema desta edição.